raizes
Durante todo o movimento envolvendo a chegada dos primeiros colonizadores europeus ao Brasil, nota-se claramente com a leitura do livro, que as marcas deixadas nesse período não foram apenas positivas. A cultura da submissão, de um país de terceiro mundo, pobre, com graves problemas de corrupção, extremamente desigual é fruto também das práticas daqueles, que invadiram não só as terras brasileiras, mas a vida daqueles que aqui moravam. A tentativa de Portugal e Espanha em implantar a cultura européia em terras brasileiras configura-se como um instrumento fortalecedor na constituição da atual sociedade. Sérgio Buarque de Holanda afirma que até hoje o Brasil é um povo desterrado em sua própria terra.
O autor mostra que a falta de coesão na vida social do brasileiro é um claro retrato da desordem instaurada no país nos primeiros anos da invasão portuguesa. Os decretos do governo que aqui se instalava atendiam apenas ao interesse de um pequeno grupo que cada vez mais adquiria poder. Dessa forma a sociedade brasileira que começava a se constituir com a presença dos já moradores, os índios, seguidos pelos trabalhadores europeus e também pelos negros africanos, cada vez mais era renegada ao descaso. Era a formação de um processo hierárquico pautado em inúmeros privilégios, sobretudo dos privilégios hereditários. Esse tipo de composição social diretamente ajudou a formar a concepção de moral e ética do povo brasileiro.
Por isso pode-se dizer que durante muito tempo o Brasil