Raizes do Brasil
Sérgio Buarque de Holanda
O livro trata do perfil psicológico, político e social do Brasil (nossas raízes). Reconstrói fragmentos de forma de vida social, de instituições, e mentalidades, nascidas no passado, mas que ainda fazem parte da mentalidade nacional. A identidade brasileira está (ainda está) em devir, “em processo de constituição”. Sérgio Buarque busca mostrar as peculiaridades da identidade brasileira.
“O fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem”. – os parâmetros vêm sempre do exterior.
“Em terra onde todos são barões, não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida”. – “você sabe com quem está falando?” Visão da sociedade de que não há comando, não há hierarquia.
Capítulo 1 – Fronteiras da Europa
Une Portugal e Espanha no que chamará de iberismo, unidade que se desmanchará em seguida. Há diferenças de colonização, que mais tarde serão sentidas.
Demonstra as origens mais remotas dos traços que estudara: tradicional personalismo, onde provem a frouxidão das instituições e a falta de coesão social – Há extrema dificuldade de haver realmente uma democracia, ou uma autoridade, um respeito. A sociedade não se considera inferior às instituições, e muito pelo contrario, se considera no topo da hierarquia. O que acaba impedindo que haja coesão social e instituições respeitadas.. Sendo preciso que a autoridade seja estabelecida “na porrada”.
Aponta a ausência do principio de hierarquia e a exaltação do prestígio social em relação ao privilégio.
Registra a existência da repulsa pelo trabalho regular e atividades utilitárias (do que decorre a falta de organização).
Aponta um paradoxo: a renúncia a personalidade pela obediência cega: “única alternativa para os que não concebem disciplina baseada nos vínculos consentidos, nascida em geral da tarefa executada com o senso de dever”. A vontade de mandar e a