041188
Por
Leandro C. Ody; Marcelo J. Doro; Patrícia Ketzer
O conhecimento é um produto da relação entre o ser humano e o mundo. São três os modos pelos quais essa relação assume a forma de um saber: a familiaridade, a habilidade e a teoria. O conhecimento como familiaridade é aquele que resulta do “contato” pessoal e direto com os elementos da realidade; aparece em expressões do tipo “Maria conhece acerola” e
“João conhece Machu Picchu”, em que fica pressuposto algum tipo de contato prévio de
Maria com a acerola e de João com Machu Picchu. Já o conhecimento como habilidade indica um “saber fazer”, associado a algum talento inato ou capacidade adquirida para lidar com as coisas ou com os processos; aparece em expressões como “Sócrates sabe jogar futebol” e
“Marx sabe comandar os trabalhadores”, que sugerem a existência de habilidades práticas de
Sócrates e Sofia no desenvolvimento de atividades específicas. E, por fim, o conhecimento teórico remete a posse de uma compreensão “sobre” o mundo; como quando dizemos que
“Antônio conhece tudo sobre economia” e que “Vanessa sabe que morcegos são mamíferos”.
Dos três domínios do conhecimento originados da relação do ser humano com o mundo, apenas o terceiro pode ser, uma vez conquistado, repassado a outras pessoas. Isto tem sido, sem dúvida, um diferencial no desenvolvimento humano ao longo dos tempos, pois, uma vez adquirida, uma compreensão qualquer pode ser divulgada e servir como ponto de partida para novas e sucessivas descobertas. De fato, não há, além disso, qualquer segredo para o grande e constante avanço do conhecimento desde o surgimento da escrita.
O conhecimento teórico também pode ser considerado como o mais amplo e influente dentre os modos do saber, pois mesmo que o conhecimento que indica familiaridade e o que indica habilidade pressupõe uma parcela de conhecimento teórico para seu desenvolvimento e plena utilização. Possuir informações sobre a história de Machu