Rafael Becker Arrumado
A construção civil é, sem dúvida, de grande complexidade. O processo de produção sofre a influência de inúmeros fatores, os quais têm altos graus de incerteza, mão de obra desqualificada e irregular, fenômenos climáticos e forte interdependência entre atividades. Desenvolver um planejamento capaz de suprimir todas as interferências inerentes à construção é um verdadeiro desafio, e exige de seu executor uma boa experiência não somente com o canteiro de obras, mas também um amplo conhecimento na gestão administrativa da empresa.
Segundo Hernandes (2002, apud KAYSER, 2009, p. 17):
Planejar é pensar antes, durante e depois de agir. Envolve o raciocínio, a razão e, portanto, pode-se entender que o planejamento é um cálculo racional que precede antes, preside durante e depois a ação. É um cálculo sistemático que articula a situação imediata e o futuro, apoiado por teorias e métodos.
A execução de um planejamento para um empreendimento seja ele de pequeno, médio ou grande porte sempre estará ligada a busca de uma melhora na produção do mesmo, para isto são realizados nos diversos níveis da empresa trabalhos em prol da melhora no desempenho do processo de planejamento de suas futuras construções.
Neste planejamento criam-se planos de ações que definem a ordem cronológica e a maneira a serem executadas as atividades no canteiro de obras, buscando evitar a tomada de decisões não-programadas com alto grau de incerteza, e que são baseadas apenas no julgamento pessoal do engenheiro, sem qualquer embasamento já estabelecido, os quais muitas vezes resultam em gastos excessivos de materiais e perda de tempo na realização de retrabalhos.
Por muitos anos, a construção civil é um dos setores que mais tem desperdícios de materiais, devido à falta de planejamento, critérios de execução e industrialização. Por outro lado, o setor está passando por um processo de evolução, motivado pelo contexto das transformações econômicas, políticas e sociais.