Radiologia
Curso: Física - habilitação em Física Médica Data: 20/08/2009
Professor (a): Ana Paula Schwarz
Reprodutibilidade e Linearidade da Taxa de Kerma no Ar
Quando um feixe de radiação passa através de um meio absorvedor e interage com este meio ocorrem as seguintes etapas: i. A primeira etapa ocorre quando a energia carregada pelos fótons, ao interagirem com os elétrons, é transformada em energia cinética dos mesmos; ii. a segunda etapa ocorre quando estes elétrons são lentamente “freados” depositando sua energia no meio. A ICRU (Comissão Internacional de Unidades Radiológicas) introduziu a quantidade chamada Kerma (K) para descrever a energia cinética liberada no meio. Esta quantidade não estocástica é relevante somente para interações de radiações indiretamente ionizantes (fótons e nêutrons), ou para radiações diretamente ionizantes, desde que, a fonte encontre-se no interior do meio absorvedor. O kerma (Kinectic Energy Released per unit of MAss) é definido pela relação:
[pic],
onde dEtr são as energias cinéticas iniciais de todas as partículas carregadas liberadas por partículas neutras ou fótons, incidentes em um material de massa dm. A unidade de kerma no SI é J/kg. Como o kerma inclui a energia recebida pelas partículas carregadas, normalmente elétrons de ionização, e estes podem dissipá-la nas colisões sucessivas com outros elétrons ou por emissão de radiação de frenamento (Bremsstrahlung), este pode ser escrito como:
[pic]
onde Kc é o kerma de colisão, quando a energia é dissipada localmente, por ionizações e/ou excitações e Kr é o kerma de radiação, quando a energia é dissipada longe do local, por meio dos raios-x. Resumindo, o kerma é o valor esperado da energia transferida da radiação para as partículas carregadas por unidade de massa em um ponto de interesse, incluindo a energia radiante e excluindo a energia transferida