Racismo no Futebol
Em cinco meses, nos manifestamos com repúdio, três vezes, dentro do ambiente futebolístico. Tinga, Daniel Alves e Fernanda Colombo - talvez em menor escala com ela por ser mulher.
Copa do Mundo no país do futebol, no país da miscigenação. Recebemos gente de todo mundo e nos mostramos com a cara do mundo. Brancos, pardos, mulatos, índios, múltiplos.
Um mês e meio depois da Copa do Mundo, de maneira triste, confirmamos que só mudamos o personagem nas manchetes. Só redirecionamos a nossa decepção com a maneira de ser do ser humano.
O goleiro Aranha, do Santos, na noite do dia 28 de agosto, recebeu de um grupo de gremistas, em Porto Alegre, insultos que em nada têm a ver com a rivalidade que é aceitável no futebol. Termos pejorativos como "preto fedido", "bando de preto", “ macaco”, vieram mais uma vez manchar o que deveria ser somente lindo e imaculado: o futebol.
Mais uma vez, um profissional, sendo relativizado, por sua cor. Mais uma vez a mais idiota sensação de superioridade, fundamentada na diferença.
Infelizmente não é caso raro, nem no dia a dia e nem no futebol.
Ainda dentro de todo esse contexto, uma torcedora filmada proferindo xingamentos ao arqueiro santista se tornou vítima também de nossa intolerância. Sendo mulher, recebeu adjetivos relacionados à sua aparência física, algo tão comum na vida das mulheres, que seleciona e classifica melhores ou piores de acordo com os traços físicos que se carrega.
Sexismo declarado e retuitado por milhares que ainda riram das ofensas como se fosse nosso direito sentenciá-la; como se fôssemos juízes de alguma coisa. Novamente perdemos a razão e nos igualamos por baixo.
Revoltamos-nos, mas na primeira oportunidade agimos de maneira tão pequena quanto aqueles que condenamos. Fazemos da diferença pecado e condenação.
Enquanto o ser humano se sentir