jogos de tabuleiros
Segundo Johan Huizinga, um dos mais eminentes estudiosos do jogo do século passado, autor do livro “Homo Ludens”, a evolução de uma cultura se dá da seguinte maneira:
1. A necessidade de aprender algo cria um elemento lúdico que facilite este aprendizado (por exemplo: a necessidade de correr rápido cria competições de corrida).
2. Quando a forma utilizada se comprova eficaz o jogo passa para segundo plano e o conhecimento se cristaliza sob diversas formas de saber: folclore, poesia, filosofia, ciência, política, etc…
Isto não tira a fascinação do jogo, já que a cada vez que o desafio cultural é maior temos que voltar ao passo 1. Huizinga considera que a maior fascinação do jogo sempre vem de dois elementos básicos: tensão e incerteza. Sempre está presente a dúvida quanto a dar certo ou não. Quando essa dúvida não mais existe, cessa a necessidade do jogo e aquele conhecimento é absorvido pela cultura.
Quanto mais “difícil” é o jogo, maior a tensão entre aqueles que o assistem. E quando um jogo além de ser lúdico também representa o belo, tem um enorme valor cultural agregado, tanto como gerador de conhecimento quanto como um exemplo vivo da cultura de sua época e lugar.
Neste ponto, os jogos de tabuleiro são imbatíveis: além de todos os elementos lúdicos que constam em todos os tipos de jogos, o jogo de tabuleiro pode ser uma obra de arte.
Dois dos mais antigos jogos de tabuleiro conhecidos são Mancala e Senet. Ambos se referem a atividades agrícolas, jogados com sementes e outros materiais naturais.