Racismo no futebol
Daniel Alves, Tinga, Aranha... É impressionante a predisposição humana para a prática de atos estúpidos. O historiador italiano Carlo M. Cipolla, no seu livro Allegro ma non troppo, demarcou as leis fundamentais da estupidez humana. O racismo constitui um exemplo paradigmático dessa insensatez chamada estupidez. Quais papeis nossos atos podem desempenhar na sociedade? Todos nossos atos entram numa espécie de conta corrente, quando os enfocamos do ponto de vista dos ganhos e das perdas. Ampliando a classificação do historiador citado, elaborei a seguinte:
(1) o ato humano mais fantástico é o exemplar. A exemplaridade em tudo que fazemos traz satisfação, antes de tudo, para quem pratica o ato, que ao mesmo tempo produz um ganho social e ético incomensurável;
(2) o segundo ato humano muito positivo é o inteligente: é o que produz ganho para quem o pratica e ganho também para terceiros (quando se inventa uma vacina, quando se descobre a cura de uma doença, quando vemos um administrador público empregando bem o dinheiro coletivo etc.);
(3) no terceiro grupo há uma série de atos deploráveis: são os que trazem ganho (abominável) para quem os pratica e prejuízo para terceiros (aqui entram os atos dos vigaristas, dos criminosos, da bandidagem, dos parasitas que usurpam esforços ou trabalho alheio, dos corruptos etc.);
(4) uma sub-categoria dos atos deploráveis são os atos ilícitos que produzem ganho para quem os pratica e uma aparente e transitória satisfação para terceiros (quem trafica drogas para crianças ou adolescentes, por exemplo);
(5) no quinto grupo estão os atos ingênuos: são os que prejudicam quem os pratica e gera ganhos para terceiros (quem empresta dinheiro a quem não tem a mínima condição de pagamento); o ingênuo não se confunde com o otário, que é vítima de uma artimanha, de um engodo (vítimas dos