Racionalismo de Descartes
Descartes considerava que não podemos confiar plenamente nos nossos sentidos, logo estes não podem ser fundamento do conhecimento. Para justificar esta sua afirmação utilizou um método de investigação que tem por nome dúvida metódica. Será que se justifica pôr em causa a fiabilidade dos sentidos? Neste momento estou a observar o ecrã do meu computador, esta é uma crença que obtive através dos sentidos. Será que se justifica pô-la em causa? Porque é que Descartes defende que os nossos sentidos não são fonte de certeza? Descartes baseia-se no princípio de que só devemos aceitar a verdade de uma preposição se a sua verdade estiver acima de qualquer dúvida. Assim, com base neste princípio Descartes mostra que é necessário duvidar dos sentidos.
Descartes argumenta contra a fiabilidade dos sentidos dizendo que estes por vezes nos enganam, o que é uma afirmação verdadeira, pois já todos sabemos, por experiência própria, que os sentidos podem ser enganadores. Porém, Descartes acrescenta que os sentidos só nos enganam quando confiamos neles. Por exemplo, só podemos ser enganados por alguém que confiarmos nessa pessoa. Este é um argumento bastante convincente, pois nós próprios temos consciência das várias situações em que os sentidos nos enganam. Por exemplo, ao observarmos uma linha do caminho-de-ferro junto aos carris, estes parecem unir-se no horizonte. Porém, este exemplo refere-se apenas às caraterísticas dos objetos e não prova que não existam experiências das quais possamos estar certos. Por exemplo, não é razoável duvidar que o meu computador está à minha frente (experiência de matéria). No entanto, Descartes apenas afirma ser possível duvidar da existência do mundo se nos basearmos somente nos sentidos.
A ideia de Descartes é que possamos estar apenas a