Química do amor
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DIVISÃO
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QUÍ M I CA
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A Química do amor
Destaque
PAULO
RIBEIRO-CLARO*
O
amor é um fenómeno neurobiológico complexo, baseado em actividades cerebrais de confiança, crença, prazer e recompensa, actividades essas que envolvem um número elevado de mensageiros / actores químicos (T. Esch, G.B. Stephano, The neurobiology of love, Neuroendocrinology Letters No.3 26 (2005); H.E. Fisher, Why We Love: The Nature and Chemistry of Romantic Love, Henry Holt and Company, New York, 2004). O amor é frequentemente celebrado como um fenómeno místico, muitas vezes espiritual, por vezes apenas físico, mas sempre como uma força capaz de determinar o nosso comportamento. Sem querer discutir a magia do amor, hoje vamos apenas abordar o amor do ponto de vista da química que lhe está associada: os compostos químicos que actuam sobre o nosso corpo – sobre o nosso cérebro, em particular – e nos transmitem todas as sensações e comportamentos que associamos ao amor. As 3 fases do amor romântico Foi a antropóloga Helen Fisher, famosa pelos seus estudos sobre a bioquímica do amor – e autora de vários livros, entre os quais o recente "Porque Amamos: a Natureza e a Química do Amor Romântico" (H.E. Fisher, Why We Love: The Nature and Chemistry of Romantic Love,
No passado mês de Fevereiro, a rádio TSF emitiu um programa “Eureka” especial dedicado ao Dia dos namorados. O tema do programa foi “A Ciência do Amor e o Amor na Ciência”. O presente texto reproduz os apontamentos reunidos para a gravação da componente “a química do amor”.
What an interesting phenomenom love is! (T. Esch, G.B. Stephano – The neurobiology of love, 2005)
Henry Holt and Company, New York, 2004) –, que propôs a existência de 3 fases no amor, cada uma delas com as suas características emocionais e os seus compostos químicos próprios (H.E. Fisher, Lust, attraction, and attachment in mammalian reproduction, Human Nature – An Interdisciplinary