quimica

ESTRUTURAS CRISTALINAS POR DIFRAÇÃO DE
RAIOS-X

Ivo Vencato
Departamento de Física – UFSC
Florianópolis – SC

O Prêmio Nobel de Química de 1985, outorgado a Herbert A. Hauptman e Jerome Karle, foi um reconhecimento da importância do trabalho que eles desenvolveram nos chamados métodos diretos para determinar estruturas atômicas e moleculares de compostos químicos. A determinação de estruturas cristalinas por difração de raios-X é uma técnica conhecida desde o inicio do século, mas com limitações práticas que foram sendo superadas a partir da década de 50, quando o problema teórico da obtenção das fases a partir da radiação espalhada por um cristal começou a ser compreendida pelos cristalógrafos. Os trabalhos desses dois cientistas foram fundamentais para que se desenvolvessem os atuais programas de computador que processam alguns milhares de dados de intensidade de raios-X, espalhados por um dado composto, e permitem, ainda, elucidar a sua estrutura cristalina.
Descrever uma estrutura cristalina significa basicamente fornecer as dimensões da cela unitária, descrever as simetrias existentes, definir as coordenadas dos átomos que constituem um determinado composto, detalhar as distâncias interatômicas, ângulos de Valência, empacotamento cristalino, etc.
Uma característica particular dos artigos estruturais, publicados por revistas especializadas, é a presença de desenhos estereoscópicos, feitos através de um programa de computador. A Fig. 1 representa uma molécula de um composto orgânico denominado epiheyneanina, extraído de uma planta do Ceará. Este composto natural está sendo estudado como parte de um amplo programa de estudos sistemáticos de plantas do nordeste brasileiro, compreendendo abordagens química, farmacológica e de atividade antitumoral.

Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 5 (3): 168-171, dez. 1988.

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O empacotamento cristalino de 4 moléculas de epiheyneanina por cela unitária pode ser visualizado em estéreo com a