Quimica
"O Cangaceiro Romântico"
Jesuíno Brilhante nasceu em Patu, no sítio Tuiuiú, em 1844. Filho da aristocracia rural sertaneja. Em 1871 entrou no cangaço por vingança, após um irmão dele ter sofrido uma surra nas ruas da cidade e uma cabra de sua fazenda ter sido roubada. O seu cangaço difere do de outros bandoleiros que povoam a memória popular nordestina como Virgulino Ferreira - mais conhecido como Lampião - e Antônio Silvino, pois Jesuíno implantou à sua maneira um sistema de “justiça” em uma terra onde reinava a lei do mais forte e não fez desta atividade uma profissão. O fenômeno do cangaço pode ser classificado de três formas: o cangaço por vingança, como profissão e por refúgio. Assim como Lampião, Jesuíno é um dos principais exemplos de cangaço por vingança, cuja existência se justifica pela total ausência do exercício da justiça por parte do Estado. Jesuíno se diferencia dos demais cangaceiros por ter procurado intervir em questões sociais como a distribuição para as pessoas necessitadas dos gêneros alimentícios destinados a combater as secas, que subtraía dos coronéis saqueando os comboios de alimentos que eram enviados pelo Governo para as vítimas das secas, mas que ficavam nas mãos dos poderosos e nunca chegavam à população. Jesuíno também se destacou por intervir em situações de violência sexual contra as mulheres uma década antes do reconhecimento legal do crime de estupro. Famílias inteiras chegaram a fazer parte do seu bando como estratégia de sobrevivência. De 1871 a 1879, implantou um “Estado paralelo” nos sertões nordestinos, cujo eixo central era a região do Patu e cuja principal fortaleza a chamada Casa de Pedra (caverna encravada na Serra do Lima). Vários autores escreveram sobre Jesuíno, entre eles Luis da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Ariano Suassuna e Raimundo Nonato. Este último é autor de Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro Romântico (...). Para Câmara Cascudo, ele "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro