Quilombolas do Rio de Janeiro
Há notícias da existência de ao menos 15 comunidades quilombolas no Estado do Rio de Janeiro. Aproximadamente metade delas está localizada na região litorânea do Estado, nos municípios de Búzios, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro, Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. As demais comunidades estão localizadas no interior no Estado, nos municípios de Quissamã, Vassouras, Valença, Quatis e Rio Claro.
Até abril de 2006, apenas duas comunidades do Rio de Janeiro já tinham suas terras tituladas: Campinho da Independência e Santana. Outras 20 comunidades têm processos em curso no INCRA e nas instâncias estaduais. Com o objetivo de fortalecer a luta dos quilombolas do Estado, em outubro de 2003 foi fundada a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro (ACQUILERJ).
A RESISTÊNCIA EM MARAMBAIA
Marambaia fica localizada em uma ilha no município de Mangaratiba, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Em abril de 2006, viviam na comunidade 156 famílias.
A história de Marambaia está diretamente relacionada com o tráfico de escravos do século XIX. Era na ilha de Marambaia que o Comendador Breves, um importante senhor do café e do tráfico de escravos da época, deixava seus escravos em um período de "engorda", antes de serem vendidos para outros senhores. Há notícias de que por lá passaram pelo menos seis mil escravos.
A herança
Segundo contam os moradores da ilha, antes de morrer, em 1889, Breves doou toda a ilha para os ex-escravos que ainda permaneciam nela. No entanto, como realizou essa doação apenas verbalmente, sua família não cumpriu esse compromisso e em 1891 vendeu as terras para a Companhia Promotora de Indústrias e Melhoramentos. Em 1905, a ilha foi adquirida pela União.
Os quilombolas continuavam vivendo no local quando, em 1939, o Presidente da República Getúlio Vargas doou a ilha para a construção de uma escola profissional de pesca, a Escola Técnica Darcy Vargas, que