Quilombos

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OS QUILOMBOS URBANOS ONTEM E HOJE Quando se pensa em comunidades quilombolas, usualmente a imagem que vem à cabeça é a de grupos isolados, distantes dos centros urbanos, com um modo de vida rural. No entanto, a historiografia nos ensina que muitos foram os quilombos que, entre os séculos XVIII e XIX, viveram nos arredores dos principais centros urbanos gaúchos como Rio Pardo, Porto Alegre e Rio Grande. São os chamados quilombos urbanos, que existiram não apenas no Sul do país, mas no subúrbio de cidades como Salvador, Vila Rica e Recife.

Atualmente se conhece a existência de cinco comunidades quilombolas no município de Porto Alegre, no Rio Grande de Sul. Esse não é o único estado brasileiro com a presença de quilombos urbanos. Também é possível encontrar comunidades quilombolas urbanas nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Origem dos quilombos urbanos do Rio Grande do Sul
As cidades sulinas contavam com uma grande concentração de escravos africanos. Muitos deles, ao fugir da opressão de seus senhores, escolhiam não abandonar o espaço urbano, já que estavam pouco habituados ao modo de vida rural. Assim, muitos dos escravos fugidos se faziam passar por libertos, contando com a colaboração de ex-escravos alforriados, cativos e também alguns senhores, que eram cúmplices desses agrupamentos (MAESTRI, 2005: 298). Eles sobreviviam de maneira precária por meio da rapinagem, da prestação de serviços e de pequenas atividades mercantis.

Uma das comunidades negras urbanas mais conhecidas do período escravista é o quilombo do Negro Lucas. O quilombo encontrou abrigo na Ilha dos Marinheiros, um lugar de terras férteis e parcialmente coberto por mata. A ilha localizava-se bem diante de Rio Grande, um importante centro urbano do período. De acordo com dados de 1833, os seis homens e as quatro mulheres que formavam o quilombo haviam fugido fazia mais de dez anos (MAESTRI, 2005: 300).

Como viviam muito próximos da cidade, inclusive de seus antigos senhores

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