Questao social
Pretende-se neste primeiro capitulo apresentar elementos para o debate sobre a “questão social” e as transformações societárias. Para tanto iniciaremos buscando apresentar a “questão social” á luz dos renomados autores do serviço social Iamamoto e Netto.
1 Afinal, o que é “Questão social”?
Tendo como Fundamento a teoria social critica de Marx[1], verifica-se que a expressão “questão social” passou a ser utilizada por volta do século XIX como resposta ao fenômeno do pauperismo[2].
“A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia [...]” (Iamamoto, in Iamamoto e Carvalho, 1983: 77 apud Netto, 1996: 13).
A desigualdade entre as diversas classes sociais, ou seja, a polarização entre ricos e pobres encontra-se exposta no cotidiano da humanidade desde os primórdios, a diferença é que “pela primeira vez na historia registrada, a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas” (Netto, 2001: 42). Portanto, conforme acontecia o aumento das produções de bens e serviços realizados pela sociedade, menor era seu direito de apropriação pela mesma. Karl Marx relata através de Oliveira e Quintaneiro (2002) o que os trabalhadores estavam passando neste momento:
“O trabalhador é tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce sua produção em potencia e em volume. O trabalhador converte-se numa mercadoria tanto mais barata quanto mais mercadoria produz. A desvalorização do mundo humano cresce na razão direta da valorização do mundo das coisas. O trabalhador não apenas produz também a si mesmo e ao operário como mercadoria, e justamente na proporção em que produz mercadorias em geral.”[3]