quero saber se fundamentos teóricos tem o mesmo sentido de revisão da literatura?
O filósofo Aristóteles, em sua “Arte poética”, organiza a tragédia em diferentes elementos que tem como finalidade a purgação de emoções como a compaixão e o terror. Inicialmente apresenta o personagem (ethos) com elementos estranhos e indesejáveis, para que no decorrer da apresentação, ele venha gradativamente passando por situações catastróficas, não alcançando seus objetivos, gerando no público uma identificação e por fim o efeito de catarse. Aristóteles entende que a tragédia precisa ser um espetáculo belo, onde se reúna o canto (melopeia, composição melódica), a harmonia e o ritmo. Ele qualifica a tragédia em seis elementos constitutivos, sendo elas a fábula (ação ou enredo), o personagem (ethos, caráter), a elocução ou dicção, o pensamento (dianóia), o espetáculo em cena, e o canto (melopeia). Porém o seu modelo de estrutura da tragédia inicia com o “prólogo” e segue com os “párodos, “episódio”, “estásimo” e por fim o “êxodo”“.
Aristóteles apresenta como causa e origem da poesia a tendência humana à imitação. Segundo o filósofo, essa tendência é instintiva no homem desde a infância e por ela todos experimentam prazer. Para sustentar essa teoria, Aristóteles, contrariando a teoria platônica da mímesiscomo simples imitação da natureza, afirmou que a arte dramática, sobretudo a tragédia, é uma imitação "dos caracteres, das paixões e das ações humanas" e por esse motivo alcança uma identificação com o público para, enfim, chegar a promover um prazer ao espectador. A definição da tragédia é assim dada por Aristóteles.
A tragédia é a imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão; num estilo tornado agradável pelo emprego separado de cada uma de suas formas, segundo as partes; ação apresentada, não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores, e que, suscitando a compaixão e o terror, tem por efeito obter a purgação dessas emoções. (ARISTÓTELES: 1985, 248)
Segundo o pensador grego, para