Quem somos e o que seremos
“Somos isto mesmo: a contradição. A ferida aberta, os atores limitados. Diante da força das coisas e das coisas da força, vamos muito lentamente. Tão lentos que parece o mesmo lugar. Mas não estamos no mesmo lugar.
Na verdade, se organizar para lutar já é uma vitória. Firmar-se para manter o espaço conquistado, uma necessidade estratégica. Não caminhar em direção ao colapso e à destruição precoce, uma sabedoria...”.
(Flavio Koutzii, deputado estadual “Carta aos Petistas” 2003).
Quem somos ?
O texto anterior é dirigido a um público específico e trata de um assunto específico, não é direcionado a nós. Mas podemos utilizá-lo para reflexão, pela sua abrangência e riqueza, que com certeza, mostra a complexidade de nossa condição psicossocial.
Por sermos humanos, imperfeitos e confusos perante a dialética existencial, exatamente como o grupo a que ele se refere nos identificamos com este texto. Pois também somos a contradição, a ferida aberta e, (eu diria) extremamente limitados.
Somos a inconformidade, perante todos os tipos de injustiça e opressão.
Somos a Resistência. Somos a Consciência Negra.
Somos os intelectuais, os operários, os empresários, os professores, lutando com todas as nossas forças e imperfeições, para consolidarmos a liberdade e equidade social de fato.
Somos filhos e filhas da luta... da luta pela dignidade.
O que queremos ?
Segundo Hegel: “(...) o homem é fundamentalmente diferente dos animais em seu desejo, não somente de objetos reais, mas também de objetos não-matériais, e acima de tudo, ele deseja o desejo de outros homens, isto é, ser reconhecido por outros homens, mas ser reconhecido enquanto homem, pois seu valor está estritamente ligado ao valor que os outros homens lhe atribuem. Portanto a importância desse desejo de reconhecimento, permite explicar que o homem procura o reconhecimento de sua própria dignidade ou daquela de seu grupo cultural, no qual ele investiu sua dignidade.”
O que