Quem quer faz, quem não quer manda!
-Implicações de um ditado popular na competência de liderança-
Esse ditado reflete uma sabedoria de vida, como sempre acontece nos ditos populares.
O recado parece se dirigir aos preguiçosos, ensinando-os que na vida é importante que cada um faça a sua parte, sem se sentir no direito de usar as pessoas a seu bel prazer.
Uma outra interpretação que nos interessa mais de perto neste texto, distorce a idéia original, concluindo que a mensagem a ser passada é: pedir a alguém que faça alguma coisa em seu lugar é um sinal de fraqueza, típico de quem não tem competência.
Ainda que tal constatação possa ser aplicável a alguns casos, nem de longe deveria constituir um paradigma para a postura de um gestor, o que, infelizmente, costuma ocorrer.
Existem, em muitas empresas, líderes que parecem ter sua postura de liderança balizada essencialmente por uns poucos ditos populares, como se a base de sua formação de liderança fossem algumas “verdades” que costumam adornar os pára-choques de caminhões.
Quando a “verdade” eleita é: “quem quer faz, quem não quer manda” - as conseqüências são, por demais, devastadoras para as equipes e as empresas.
Isto é comum de se ver quando um profissional de indiscutível competência técnica assume uma posição de liderança, sem possuir a mínima competência para gerir pessoas.
Sua insegurança gera, usualmente, uma heróica resistência em delegar autoridade. Como não confia nas pessoas e receia ter sua incompetência de gestão evidenciada, entra em frenética atividade de execução operacional, abandonando a equipe à sua própria sorte, em razão da sobrecarga permanente que não lhe deixa tempo para mais nada, a não ser concentrar-se em apagar o eterno incêndio que ele mesmo criou.
Tal profissional costuma, também, ter como crença adicional outra máxima: “um chefe competente sabe fazer melhor que qualquer subordinado as tarefas de sua área”.
A aparente autoconfiança que esse líder tenta demonstrar