Quem me roubou de mim
RESUMO
Uma moça, filha de uma família Libanesa chegou ao Brasil, veio ao encontro de um tio, ela era sozinha e seu casamento estava arrumado; casou-se e viveu muitos anos teve sete filhos, uma filha e cinco netos. Com este casamento arrumado nunca houve amor entre eles. Em sua houve muitas agressões, falta de respeito. Esta mulher nunca teve alegria ou vontade própria. Os filhos herdaram o temperamento do pai. Seu marido morreu, mas ela não mais sabia fazer nada não conseguia reagir, pois tinha acostumado fazer o que o marido queria. Ela vítima de um sequestro de sua subjetividade mesmo com o sequestrador morto; continua acorrentada como se sua alma não estivesse sido devolvida. O sequestro do corpo é uma privação total e absoluta do nosso mundo, junto rompe a materialidade dos significados. O corpo sofre a violência de não poder ir e vir, ele sofre sendo privado de ser ele mesmo, sendo mantido em um cativeiro. Fora de seu horizonte de sentido, o corpo adoece, perde a vitalidade, sofre na carne a vontade de tudo. Após o sequestro do corpo, vem a condição de vítima ficando o sequestrado frágil. Quanto maior a sensação de vitima no sequestrado, maior será o controle do sequestrador. Temer alguém e obedecer a suas ordens; são desdobramentos da perda da identidade. O sequestrado tem medo de tudo. Ele é capaz de pedir que o sequestrador proteja com seu domínio; pedido este feito através de insegurança, pois se sente acorrentado ainda. O ser humano acostuma com o que tem e com o que ama. Somente com a ruptura destas coisas que ele abre os olhos para o valor verdadeiro. Distantes do que antes era tão próximo, recobramos a visão encantadora no nosso lugar. Depois do cativeiro a festa de retorno. A vida nunca mais poderá ser a mesma. A subjetividade é o que há de mais profundo e irrenunciável na criatura humana. Toda relação é um encontro de subjetividades. A vida é feita desses encontros. Temos que ser