Quebrando TABU
Homossexualiade.
O ano de 2008 foi encerrado com uma triste constatação: o Brasil ainda ocupa o primeiro lugar no mundo em crimes por homofobia, segundo o GGB, Grupo Gay da Bahia, a mais antiga associação brasileira de defesa dos direitos humanos dos homossexuais. "É preciso ampliar a visibilidade, mostrando à sociedade que não há nada errado em ser homossexual", afirma o psicoterapeuta Klecius Borges, que há cerca de oito anos trabalha com terapia afirmativa para gays, lésbicas e bissexuais. Nessa entrevista ele, que também é autor do livro "DeSiguais", fala sobre a importância de não rotular a sexualidade alheia, aceitar a própria orientação e viver a plenitude em uma relação homoafetiva.
Cena do Filme
“Azul é a cor mais
Quente”.
- Ser homossexual significa apenas transar com alguém do mesmo sexo?
K: Não há uma única definição para homossexual. Para definir homossexualidade é preciso levar em consideração os conceitos de identidade sexual, orientação sexual e comportamento sexual. Há indivíduos que têm comportamento homossexual e não se consideram homossexuais. Via de regra consideramos o homossexual como aquele indivíduo que se identifica como tal e reconhece sua orientação como predominantemente homossexual, isso é, um conjunto complexo de atrações - física, emocional e espiritual por pessoas do mesmo sexo.
- Geralmente, o indivíduo é educado para ser heterossexual, seja pela família ou pela mídia. A pessoa constrói essa espécie de identidade hétero e depois pode percerber-se homossexual. É preciso ficar atento para não reproduzir em uma relação homo comportamentos heterossexuais?
K: Essa reprodução é natural, pois não há ainda muitos modelos públicos de relações homossexuais. Isso deverá mudar com a crescente exposição pública de relacionamentos homoafetivos.
- Há um certo mito de que o gay masculino é sempre mais sensível e o gay feminino mais "durão". A sociedade e os próprios gays podem se frustrar por acreditar nesse