Quarta republica
O “Estado Novo” terminou em 29 de outubro de 1945, com a deposição de Getúlio Vargas. Houve nova Assembleia Nacional Constituinte e a promulgação de nova Constituição (1946). Embora apresentasse aspectos liberais o legislativo do pais manteve características ditatoriais como por exemplo a cassação do direito de existência legal do Partido Comunista (PCB) em 1947. Não é de se desprezar a atuação dos comunistas, em várias instâncias legislativas, em favor da educação. Um caso especial de envolvimento dos comunistas com a educação pública foi o incansável trabalho de Otávio Brandão e Aparício Torelly (o “Barão de Itararé” como ele se autodenominava em seus escritos jornalísticos satíricos). Diante de um quadro calamitoso que previa, para 1948, 230 mil crianças sem vagas nas escolas, e ainda mais, que dos 240 edifícios escolares somente 90 eram de propriedade do Poder Público, sendo que os restantes 150 eram alugados, Brandão procurou o professor Paschoal Lemme, solicitando a colaboração deste para a reflexão sobre o ensino do Distrito Federal. Tanto Brandão como Aparício visitaram escola por escola e confeccionaram relatos minuciosos sobre as condições de cada estabelecimento. Nas sessões da Câmara, importunaram os políticos tradicionais com discursos que denunciavam a miséria do povo como a causa fundamental da evasão escolar, da repetência, do não aproveitamento de ensino, etc.
Com a colaboração do professor Paschoal Lemme, a bancada comunista apresentou uma indicação substantiva à Mesa da Câmara no sentido de melhorar a instrução publica do cenário brasileiro. Nessa indicação de 1947, Brandão e Aparício pediram a construção de prédios escolares; sugeriram reformas nos prédios em períodos de férias; pediram a proibição da utilização dos prédios escolares para fins estranhos ao ensino; sugeriram a construção de barracões de emergência para as vilas sem escolas; exigiram o cumprimento constitucional que obrigava as empresas a