Quando O Campo A Cidade Fichamento

Quando o campo é a cidade: Fazendo Antropologia na Metrópole
José Guilherme Magnani

Buscando nos apresentar suas experiências de estudos no espaço urbano, mais propriamente a cidade, Jose Guilherme Magnani inicia o texto nos apontando os dilemas e possibilidades da reflexão antropológica, nos dizendo que uma das características dos estudos antropológicos é evocar culturas distantes no tempo e espaço, com seus personagens exóticos e comportamentos estranhos, o que foge à regra de se ter como estudo a cidade de São Paulo, tão próxima e conhecida por ele e seus alunos.
Uma das tarefas da antropologia em seus primórdios era o de explicar as diferenças, pois o contraste entre a sociedade civilizada e os povos primitivos, era o que continuava chamando a atenção.
Porém, muita coisa mudou no campo de estudos da antropologia, pois esta deixou para trás a perspectiva evolucionista e passou por uma fase marcada pela pesquisa de campo, se desvinculando da ideia de que seu objeto era constituído pelos povos considerados primitivos.
Esta mudança ocorreu devido a aguda consciência do processo de extinção de nações indígenas e também pela recusa de antigos povos colonizados, agora independentes, de serem considerados objetos de estudos antropológicos.
Para explicar tal fato, Magnani nos aponta Claude Lévi-Strauss que nos diz que o objeto da disciplina não é propriamente o estudo de um determinado tipo de sociedades e que, enquanto a maneira de ser ou agir de certos homens forem problemas para outros homens, haverá lugar para uma reflexão sobre essas diferenças.
A partir desse ajuste de foco, Magnani nos diz que não é preciso ir muito longe para encontrar o outro, bastando lhe apenas uma caminhada pelos grandes centros urbanos e logo se entra em contato com uma imensa diversidade de personagens, comportamentos, hábitos, crenças e valores.
Logo, o que importa ao olhar antropológico é a busca de significados dos comportamentos, ou das experiências humanas, sejam elas de