Qualquer
Como Sósia se via: “Haverá alguém mais atrevido e mais estouvado do que eu? Conhecendo os lindos hábitos de certos jovens, ando na rua sozinho a estas horas da noite!” (155, p. 23) - ousado, imprudente, travesso.
Sósia sentia-se desgraçado e injustiçado em sua condição de escravo:
“Mas são os destemperos de meu patrão que me obrigam a isso: mandar-me dar um recado, a estas horas da noite, contra a minha vontade!... Não podia mandar-me cá de dia?! É por estas e por outras que é duro ser escravo de um homem importante” (165, p. 23)
Sósia tinha orgulho de representar Anfitrião, comandante-chefe dos soldados de Tebas.
“Aquela cidade (Teléboas), que ao povo tebano tantas mortes pungentes causou, (Anfitrião) venceu-a e conquistou-a o vigor e o valor dos nossos soldados, principalmente graças ao meu amo Anfitrião, seu comandante-chefe” (190, p. 24) Além disso, parecia importar-se com questões de honra: “Por fim, como era desejo nosso, os nossos homens alcançam vantagem; os inimigos caem como moscas; os nossos, por seu lado, aumentam a pressão. O valor vence a arrogância.” (235, p. 25) Contudo, tais aspectos podem ser vistos com hipocrisia, como artimanhas para conseguir o que quer, na medida em que ele se apresenta, na visão de Mercúrio, “velhaco, atrevido e manhoso” (270, p. 27).
Mercúrio era um filho generoso, reconhecia a soberania de seu pai, o deus Júpiter, como deus supremo, e também as injustiças de seu tempo.
“Eu cá tenho visto, nas tragédias, os outros deuses - Neptuno, a Virtude, a Vitória, Marte, Belona - a relatarem o bem que a vocês têm feito; mas eu para que hei-de recordar que, de todos esses benefícios, o obreiro é meu pai, que é soberano dos deuses?” (40, p. 20)
“e por que não há de ser a mesma, a lei para o comediante e para o mandachuva?!” (75, p. 21)
Mercúrio reagia de modo ofensivo, agressivo e violento:
“Temos de lhe pôr em cima uma boa carga de... soco” (325, p. 32)
“Ainda hoje te fodo essa língua,