Qualificação ou competência.
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Qualificação ou competência?1
Antônio de Pádua Nunes Tomasi2
O artigo procura mostrar que os esforços registrados pela Sociologia do Trabalho fancesa, no sentido de se definir a noção de competência, reproduzem, de uma forma ou de outra, as matrizes teóricas construídas por George Friedmann e Pierre Naville por ocasião da definição de qualificação. Existem, não obstante, tentativas de superação dessa trajetória clássica, sobretudo as que levam em conta os limites da Sociologia do Trabalho na conceituação da competência e a necessidade de se recorrer a outras disciplinas, como a ciência da cognição.
P AL A V RA S-C HA VE : CO M PE TÊ NC IA ; QUALIFICAÇÃO; SABER; SABER-FAZER; SABER-SER; SOCIOLOGIA; TRABALHO.
1 INTRODUÇÃO
A presença do termo competência na imprensa e nos meios empresarial e acadêmico brasileiros mostrase, nos últimos anos, cada vez mais freqüente. Seu reaparecimento no debate acadêmico nacional, independentemente de fatores que o motivaram3 , tem provocado as mesmas reações, inclusive de desconfiança, registradas na Europa, ainda nos anos 80, sobretudo na França, onde a Sociologia do Trabalho apresenta raízes profundas. As discussões aqui desenvolvidas têm como referência essa sociologia e seus autores. O título, «Qualificação ou competência?», traduz uma preocupação do texto em compreender a trajetória tomada pelos debates sobre as noções em questão, nos últimos 15 anos. Por que qualificação? O que, um tema tão antigo, poderia trazer de novo? Na verdade, para tratarmos da competência, precisamos falar, pelo menos por enquanto, da qualificação. Precisamos dela para estabelecer um contraponto às idéias que a noção de competência porta. E por que competência? O termo competência se mostra como a melhor tradução do que ocorre