Qualidade das águas de abastecimento
Qualidade da água
As unidades de reservação são tradicionalmente concebidas e operadas tendo-se como objetivos principais o atendimento às demandas máximas diária e horária, bem como, quando necessário, o combate a incêndios e a outras situações emergenciais, além da eqüalização das pressões no sistema de distribuição.
Usualmente, os projetos dos reservatórios de abastecimento enfatizam essencialmente a integridade estrutural, os aspectos funcionais e estéticos, a distância aos centros de consumo, entre outros. As questões associadas à qualidade da água nos reservatórios são usualmente tratadas como itens de importância secundária, resumindo-se à manutenção dessas unidades. Entretanto, vários episódios recentes de surtos de doenças de veiculação hídrica foram relacionados a problemas na reservação, principalmente pela deterioração da qualidade da água tratada.
Na concepção do sistema de reservação, diversas variáveis devem ser consideradas e investigadas pelo projetista. Uma elevada razão volume do reservatório/vazão aduzida, resultando em tempos de detenção longos, e a configuração inadequada dos dispositivos de entrada e saída de água no reservatório, acarretando a estratificação das águas de diferentes idades, podem afetar negativamente as características do efluente. O tempo de residência – tempo de detenção ou tempo de retenção hidráulica – é diretamente afetado pela freqüência do ciclo enchimento–esvaziamento do reservatório e pela variação volumétrica nesses ciclos, e estes, por sua vez, estão relacionados com a capacidade do reservatório.
Longos tempos de detenção nos reservatórios favorecem o crescimento e a aclimatação das bactérias nitrificantes às condições de pH e à presença do residual do desinfetante, favorecendo a nitrificação. Em águas cloradas, tal fenômeno representa uma queda nas concentrações do cloro residual, uma vez que o cloro (agente oxidante) é utilizado na