Qual é a tua obra? Mario Sérgio Cortella
Mario Sérgio Cortella
O filósofo e psicólogo, Willian James, chamou a atenção para o grau em que nossa identidade é formada por outras pessoas: são os outros que nos permitem desenvolver um sentimento de identidade, e as pessoas com as quais nos sentimos mais à vontade são aquelas que nos “devolvem” uma imagem adequada de nós mesmos.
A cada dia, o Brasil parece um palco de tragédias gregas onde todos querem evitar o que fazem, mas fazem mesmo assim. Onde todos querem algo novo, mas todos se dedicam a continuar no mesmo. Como se não fôssemos donos de nosso destino, como se, pior do que impotentes personagens de teatro grego, fôssemos marionetes. Alguns pensariam que marionetes dos poderosos que dominam a vida do nosso país. Mais na verdade somos marionetes de nossos próprios sonhos, de nossas próprias ilusões, da falta de gosto por uma mudança de roteiro, movemos nós próprios, em um ritmo que não desejamos, as cordas que nos prendem. Cristovam Buarque critica o fato de as pessoas reclamarem da realidade, mas não fazem nada para transformá-la. Querem mudanças, mais temem provocá-las, ficando estáticas e sempre culpando os outros pelo que não realizam.
Segundo Mario Cortella, a passagem de cada um pela vida deve contribuir para que, ao final, o mundo não esteja pior do que era antes, é a esperança e a obstinação que todo jovem precisa ter para encontrar o seu lugar na vida. Devemos refletir sobre qual legado cada um pretende deixar como resultado de seu trabalho e de seu modo de agir. O que conseguimos fazer para que nossa vida não seja banal e pequena. A importância de uma pessoa se mede pela diferença que ela faz para os amigos, para a comunidade, para o trabalho que desempenha. Queremos ser lua cheia ou apenas nos contentamos com as minguantes?
Se considerarmos que somos 1 (um) em 6,4 bilhões de habitantes, para que nosso trajeto seja autêntico devemos ser criativos. Segundo o escritor norte-americano, Ray Bradbury, a criatividade