QUAL A DIFERENÇA ENTRE ANIMAÇÃO CULTURAL E AÇÃO CULTURAL
Antes de diferenciarmos a ação da animação, primeiro precisamos definir e compreender o conceito de cultura e qual o papel do bibliotecário na participação nas políticas culturais desenvolvidas pelas bibliotecas, sejam elas públicas ou escolares. O conceito mais difundido e aceito sobre cultura é o apresentado por Flusser (1983, p. 147), [...] cultura é considerada como o conjunto de objetos, obras, coisas feitas pelo homem, ou então sendo sua visão de mundo, conjunto de suas práticas sociais ou individuais.” A partir deste conceito podemos vislumbrar que toda ação cultural deve emanar das demandas produzidas pela comunidade onde a biblioteca está inserida, não ser simplesmente algo “encomendado” ou copiado, no máximo adaptado às necessidades culturais locais, e isso requer um olhar perceptível, sensível e realista do bibliotecário. Em seu texto, Flusser utiliza o termo animação cultural como pratica política da ação cultural, ou seja, o envolvimento prático do bibliotecário com a ações sociais proposta pelas bibliotecas.
Entretanto este conceito foi se dissolvendo ao longo dos anos, devido ao equivoco a qual os profissionais bibliotecários cometiam ao não compreender de fato a sua função dentro da elaboração e implementação de políticas culturais, limitando – se a serem animadores e não agentes culturais. Podemos observar claramente esta discussão no texto de Almeida (1987), onde ela expressa claramente o seu descontentamento com esse termo “ animador cultural” ao qual os bibliotecários, principalmente o que atuam nas bibliotecas escolares e públicas, estavam subjulgados. Devido a necessidade de chamar atenção para o livro ou para a biblioteca, na tentativa de “anima-los”, o que considera como atividade alienante e consumista, uma estratégia de marketing, que descaracteriza o bibliotecário enquanto ator, transformador.
Já a ação cultural teria um sentido mais profundo, de comprometimento do