Quadrilha (Carlos Drummond de Andrade)
Em relação ao conteúdo do poema, os desencontros amorosos dos personagens num passado imperfeito, os levam a destinos completamente diferentes uns dos outros. O amor que não era correspondido dentro do grupo de homens e mulheres que amavam, mas que amargamente não eram amados nos faz observar a interpretação cética que o autor faz sobre o amor, dando-o no começo do poema, uma dimensão trágica.
João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, as seis personagens não se acham, não se entendem, não se complementam. Dentro do grupo todos amavam, menos Lili. Por isso, há um certo desequilíbrio. Assim, no começo dessa história se desenrola a anti-quadrilha de Drummond, pois ironicamente, nem todos têm em comum o mesmo fim determinado, ou seja, amar o próximo.
No passado perfeito, agora esse sim nos desvenda o fim singular de cada um dos que habitam o poema. Para eles, o amor não aconteceu se confirmando nos exílios de João e Teresa, aquele nos Estados Unidos e esta no convento. A morte de Raimundo foi por desastre. Maria não se casou, ganhou o título de tia, um desastre. Mais uma morte aconteceu, a de Joaquim, agora por suicídio. E enfim, Lili acabou se casando com J. Pinto Fernandes que estava fora do grupo que até então não tinha nada a ver com a história.
Portando, o que na quadrilha era um equilíbrio indefinido veio a se equilibrar com a entrada do último personagem, J. Pinto Fernandes, o sétimo elemento, completando sete pessoas na quadrilha de Drummond. Então, se formos comparar a numerologia deste número encontraremos o sete como sinônimo de completude, ideal de totalidade do universo em movimento, isso em várias culturas, tanto ocidentais como orientais. Assim, ao