Berlim
Não é demais lembrar que a conferência de Berlim se inscreveu no quadro da história das relações internacionais. A África não era senão uma parada cobiçada nessa partilha, representada por embaixadores das respectivas potências, que apenas asseguravam nos territórios ocupados por elas nas costas do continente africano, a existência de uma autoridade capaz de fazer respeitar direitos adquiridos, e a liberdade de comércio e trânsito. Os governos quando ratificavam ou rejeitavam projetos de tratados, a intenção era de apenas repelir outras intenções européias. Não há duvidas de que a África negra jamais tenha sido considerada, a partilha era exclusivamente iniciativa das potências européias, e como objetivo, uma vez que agissem com boa consciência de ocidentais, seria de não respeitar essa África moribunda, destinada a sucumbir sob o embate das técnicas modernas, mas de precipitar seu fim para levar às populações “primitivas” os benefícios da civilização. Esse choque e aniquilamento de civilizações seculares não são exclusividade da África negras, mas de todas as civilizações que passaram sob a pressão do imperialismo e seus colonizadores, e as reações que se manifestaram tardiamente não salvaram as culturas tradicionais, porque partiram de africanos já ocidentalizados; e a indignação contra os processos de partilha ou violação dos direitos dos indivíduos eram sob os conceitos europeus e línguas européias. Hoje as melhores inteligências falam da divisão de Berlim, como se a colonização não tivesse começado bem antes de 1885 e o espírito da Conferência de Berlim não tivesse sido contrário a uma divisão acelerada, vejamos:
1º - O verdadeiro imperialismo data na realidade da generalização após 1890, da noção de “esfera de influência”, que era contrária à noção de “ocupação efetiva” definida pela conferência de Berlim, e datada de 29 de abril de 1885 sobre o Golfo de Biafra.
2º - Que a expansão colonial da África, aos olhos