Quadrilha

Texto Original
Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história. Texto que intertextualiza o original
Quadrilha da Sujeira
Ricardo Azevedo
João joga um palitinho de sorvete na rua de Teresa que joga uma latinha de refrigerante na rua de Raimundo que joga um saquinho plástico na rua de
Joaquim que joga uma garrafinha velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na rua de João que joga uma embalagenzinha de não sei o que na rua de Teresa que joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de refrigerante na rua de Joaquim que joga um papelzinho de bala na rua de J. Pinto
Fernandes que ainda nem tinha entrado na história.
Aonde encontramos a intertextualização?

Primeiro vamos analisar em que contexto estes textos estão inseridos. O primeiro texto de Carlos Drummond Andrade faz parte do primeiro volume lírico do autor chamado “Alguma Poesia” em 1930, utiliza uma linguagem coloquial e de fácil entendimento se aproximando da narração e da prosa. Este poema é um epigrama, também conhecido como ‘‘poema piada’’ por alguns modernistas. Vem com o intuito de passar para o seu leitor, uma relação entre desencontros amorosos, através de associações ligadas aos nomes próprios e a dança quadrilha, onde seus integrantes trocam os pares conforme a musica.
Já o texto de Ricardo Azevedo, lançado em 2007, junto ao livro “Você Diz que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais”, é uma forma de paródia do texto “Quadrilha”. O autor utiliza-se da mesma forma e estrutura do texto de Carlos Drummond de Andrade, intertextualizando implicitamente os dois poemas, porém, não se trata do mesmo assunto. O novo texto aborda uma