publico
POR PEDRO ARRUDA
(Esta é uma série de artigos sobre o tema da comunhão, publicados originalmente na Revista Impacto. A partir de sua experiência de vários anos, procurando redescobrir a prática da comunhão em pequenos grupos nas casas, e de uma reflexão mais intensa sobre o assunto nos últimos meses, Pedro Arruda compartilha suas ponderações e descobertas sobre esse que é o verdadeiro aspecto central da vida cristã.)
ORIGEM E MORTE DA COMUNHÃO
Penso que nunca se falou tanto sobre comunhão como nestes dias. Parece até mesmo um clamor pelo preenchimento de um vazio, até então não atendido, nos corações de uma maneira geral. No meu íntimo, chego a considerar que a redescoberta deste assunto será de uma importância ainda maior do que foi a restauração iniciada pelo movimento Pentecostal na virada para o século XX.
Exatamente por se falar tanto em comunhão, considero necessário iniciar propondo um pequeno mas fundamental ajuste no conceito que temos desse termo. No início da década de 60, morávamos num sítio que distava uma hora de caminhada da cidade. Lá não havia eletricidade e, portanto, nenhum aparelho doméstico; quando papai adquiriu seu primeiro rádio portátil que funcionava a pilha, este se tornou o centro das atenções. Todas as noites, após o jantar, reuníamo-nos em torno da mesa para ouvir uma novela chamada “Juvêncio, o justiceiro do sertão”. Nossa imaginação não tinha limites diante das cenas heróicas ou de perigo que eram narradas.
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Tudo estava ótimo, porém havia uma dificuldade: a sintonia das estações se fazia girando um botão, para o que se exigia muita sensibilidade, coisa difícil de encontrar nas mãos de um trabalhador rural.
Conseqüentemente, era muito comum ouvirmos o rádio com um chiado, que podia ser eliminado com um milimétrico ajuste, não fosse o razoável receio de comprometer ainda mais a arisca sintonia. Penso que precisamos fazer, igualmente, um delicado ajuste em nosso conceito de