Publicidade - Um discurso de...
Alexandra Guedes Pinto – (7 Coleções Linguística) Porto Editora, 1997
Ela (a publicidade) seduz os nossos sentidos e a nossa mente 'acariciando' com suas mensagens os nossos mais secretos desejos
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...a publicidade é também uma linguagem propriamente dita, feita de palavras que seduzem ou devem seduzir, pelas combinações em que se apresentam, pelas desconstruções que praticam, pelos ecos que despertam, pelos implícitos que activam, por uma série de jogos, de que parcialmente tentaremos dar conta neste trabalho.
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...o processo semiótico da publicidade assenta sobretudo no acto de simbolização que vai ser o responsável pela formação de uma identidade para os produtos.
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Fazemos (associações) já sem levantar questões, sem nos lembrarmos sequer de que muitos dos elos associativos trabalhados nem possuem qualquer fundamento natural, são criados artificialmente por forma a conquistar um território próprio para o produto no mercado. pg.14 Assim, mais do que pelas suas propriedades fisicas, o produto passa a valer pela imagem que de si projecta no mercado e na vida dos consumidores. Passa a valer por uma série de qualidades simbólicas que, a força de com ele surgirem associadas, por meio de imagens e frases evocativas...
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...o exito ou o fracasso de um produto não se medem tanto pela qualidade ou falta de qualidade dos mesmo, mas, sobretudo, pela sua capacidade de encaixar no universo de valores do consumidor e trazer os seus desejos à luz do dia, assumindo-se como a possibilidade de satisfação destes.
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Efectivamente, uma grande parte da linguagem visual e verbal posta em jogo no anúncio visa estabelecer uma via de comunciação directa com ao subconsciente do destinatário, o locus ideal para o despertar de uma preferência, na convicção de que o envolvimento emotivo e a adesão espontânea são movimentos psíquicos que ocorrem ainda a um nível pré-logico e não-racional.
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