psicose puerperal
Edimburg Postpartum
Depression Scale: factorial analyses and development of six items version
Caro Editor,
O período da gestação e do pós-parto implicam em um elevado risco para a mulher no que diz respeito ao desenvolvimento de psicopatologias. A prevalência da depressão pós-parto (DPP) é elevada, sendo que no Brasil os resultados variam entre 12 e
39,4% das mulheres após o parto1. As causas da DPP envolvem fatores biológicos e sociais2. Além de ser um quadro altamente prejudicial para a gestante e seus familiares, a DPP geralmente é acompanhada de outros quadros comórbidos, o que aumenta a gravidade desta condição3. Apesar da existência de diversos estudos sobre aspectos epidemiológicos e clínicos sobre a DPP, em muitas situações o diagnóstico não é feito de forma precoce e adequada devido a questões culturais (ex.: a mulher minimiza os sintomas sentindo-se culpada pelo humor depressivo após o parto),
316 • Revista Brasileira de Psiquiatria • vol 32 • nº 3 • set2010
metodológicas (ex.: falta de instrumentos com boas propriedades psicométricas e de critérios objetivos para o diagnóstico) e pela própria heterogeneidade das manifestações clínicas da DPP.
A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburg (EPDS) consiste em um instrumento de autoavaliação composto por 10 itens referentes aos sintomas depressivos frequentemente observados no puerpério1. Recentemente, em um estudo sobre as propriedades psicométricas da EPDS1, submetemos à escala 245 mulheres
(média = 30,7; DP = 5,8) selecionadas aleatoriamente a partir dos dados de registro de internação de uma maternidade privada de
Belo Horizonte-MG. As características da amostra estão descritas na Tabela 1. A Mini Plus-5.0 foi utilizada como padrão ouro para o diagnóstico de depressão. O coeficiente alfa de Cronbach de
0,87 e a área total sobre a curva ROC foi de 0,937 (erro-padrão