Psicologia

Segundo Cole e Cole (2003) a psicologia do desenvolvimento surgiu em função de uma necessidade de investigação quanto ao desenvolvimento humano, e dentro de uma concepção empírica, esta apareceu por volta de 1800, quando uma criança surge na França na aldeia de Aveyron em busca por comida. A criança se apresentava “nua e suja” e enquanto vivia pela comunidade buscava se alimentar de “raízes, subia em árvores, corria sobre os quatro membros e comia coisas cruas”. As pessoas da comunidade logo o julgaram, rotulando-o como um “selvagem, um animal e louco”. Este estava longe de ser alguém que cumprisse com os costumes e ordens sociais vigentes. No decorrer de sua permanência na comunidade, um funcionário do governo o levou para casa e passou a cuidar dele, mas a criança ignorava qualquer coisa que lhe parecesse estranha. Defecava e urinava em qualquer lugar e produzia sons sem significado algum. Tal funcionário relatou o caso à província e este chegou a Paris causando “sensações e fascinando” aqueles que liam o relato. A partir de então, iniciou-se uma busca para verificar do por que do comportamento aversivo da criança em relação a tudo que para ele era estranho. Assim, alguns estudiosos começaram a buscar respostas sobre este comportamento tão selvagem e aversivo indagando sobre como: “nos diferimos dos outros animais? O que aconteceria se vivêssemos totalmente isolados dos demais seres humanos? Até que ponto somos produtos da nossa criação e experiência, e até que ponto nosso caráter é uma expressão de traços inatos?” (COLE e COLE, 2003, p. 24). Enfim, este foi um momento privilegiado de observação e Itard (1938), jovem médico passou a investir no desenvolvimento desta criança que passou a chamar de Vitor, ensinando-o a língua materna (Francês) e a fazer associações, dentre outros. Mas, apesar de vários ganhos em termos comportamentais a criança não conseguiu aprender a falar e a interagir de forma natural com as demais pessoas.