psicologia
Pesquisa Transcultural
Margaret Mead (1901-1978) foi uma antropóloga norte-americana mundialmente famosa. Na década de 1920, época em que uma mulher raramente se expunha aos rigores do trabalho de campo com povos remotos pré-letrados,
Mead passou nove meses na ilha de Samoa, no Pacífico Sul, estudando a adaptação das meninas à adolescência. Seu primeiro livro Corning ofAge in Samoa
(Atingindo à Maioridade em Samoa), um recordista de vendas, contestava a visão aceita sobre a inevitabilidade da rebeldia adolescente.
Uma infância itinerante construída em torno dos interesses acadêmicos de seus pais preparou
Mead para uma errante vida de pesquisa. Em Nova Jersey, sua mãe, que estava trabalhando em sua tese de doutorado em sociologia, levava Margaret junto nas entrevistas que conduzia com imigrantes italianos recentes - primeiro contato da criança com o trabalho de campo. O pai dela, professor na faculdade de administração Wharton da Universidade da Pensilvânia, ensinou-lhe o respeito aos fatos e"a importância de pensar com clareza" (Mead, 1972, p. 40). Ele enfatizava a ligação entre teoria e aplicação - como fez Margaret quando, anos depois, testou suas teorias sobre criação dos filhos com sua própria filha.
A avó de Margaret, ex-professora do ensino fundamental, a mandava para o bosque para colher e analisar espécimes de hortelã."Não fui bem treinada em geografia ou ortografia", escreveu Mead em suas memórias NackberryWinter (Inverno das Amoras-Pretas) (1972, p. 47)."Mas aprendi a observar o mundo à minha volta e notar o que via".
Margaret fez muitos apontamentos sobre o desenvolvimento de seu irmão e de duas irmãs mais jovens. Sua curiosidade sobre por que uma criança de uma família comportava-se de modo tão diferente de outra levou-a posteriormente a interessar-se pelas