Psicologia
No momento em que a criança nasce, a mãe se desdobra para atender todas as necessidades do filho, o que acaba não acontecendo por algum motivo. Algo esquecido, um choro mal interpretado, esta falha não absoluta é sadia para o bebê, que aprende a lidar desde cedo com a frustração que a vida nos expõe e que o ajuda a estruturar-se. Apesar de esta falha ser natural e até saudável para o indivíduo, os pais sentem certa culpa por terem falhado, assim na tentativa de se redimirem, procuram preencher essas lacunas que deixaram na criação de seus filhos. No capitalismo essa tentativa se voltou para o consumismo, os pais compram, tentando suprir essas carências dos filhos através do que é material, que pode ser comprado, principalmente pela falta de tempo que têm devido ao trabalho, outra característica do capitalismo, onde o ser humano é escravizado pelo relógio, fato este bem explícito na famosa frase: “tempo é dinheiro”. Por conta disso, esse sistema em que os pais tentam reparar suas falhas de modo errado gera privação, a criança pode ter tudo, mas é privada da presença dos pais, de atenção e carinho, fato esse que pode gerar delinquência, que se não for reparada a tempo tende a se agravar. O capitalismo vende a imagem da perfeição, de felicidade completa e perfeita, que através das propagandas convertem estes sentimentos de bem estar à necessidade de adquirir determinado objeto que está sendo vendido. Além de buscar convencer o indivíduo de que é possível ser feliz todos os dias, sempre focando a imagem ou o objeto vendido, para que isso ocorra, cria estereótipos perfeitos, conceitos estabelecidos, como exemplo, a imagem da modelo, que não possui celulites, estrias, gorduras sobrando, que se torna um exemplo a ser seguido, como se esta referência fosse melhor e até mesmo a única para se alcançar o sucesso, respeito e amor-próprio. O indivíduo se ilude e procura cada vez mais pelo celular recém-lançado do mercado,