psicologia
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Na Antropologia clássica a distinção de gênero é recorrente no estudo da organização social e do parentesco, mas a questão não é problematizada, ficando restrita a esses dois aspectos. Para Lewis Henry Morgan, antropólogo clássico do evolucionismo, a descendência pela linha feminina só é possível em sociedades "menos avançadas", sendo a passagem da descendência para a linha paterna o que marcaria a passagem à civilização e emergência de uma nova ordem social. Na tradição estruturalista, Lévi-Strauss percebe que a troca de mulheres através do casamento representa uma forma básica de garantir a aliança entre os grupos de parentesco e constituir, assim, a sociedade. A crítica feminista pontua que, assim como Morgan e Lévi-Strauss, a maior parte dos antropólogos clássicos observou e descreveu cuidadosamente o comportamento dos homens e das mulheres nas diversas esferas de atividade, seus desempenhos no ritual e sua presença no imaginário mítico. No entanto, essa descrição etnográfica é marcada pelo etnocentrismo, inclusive na abordagem das distinções de gênero e das relações entre homens e mulheres.3
No entanto, há três teóricos clássicos que são considerados pioneiros ao abordar temáticas que o feminismo passou a estudar: Bronislaw Malinowski, Gregory Bateson e Margaret Mead. Em ''A vida sexual dos selvagens'', Malinowski abordou a questão da sexualidade, tratando-na como uma força sociológica e cultural que fundamenta o amor, o namoro, o casamento e a família, incorporando, então, ao tema as relações de gênero. Entretanto, esta concepção de gênero inclui apenas a dicotomia homem/mulher, sem abordar as relações estabelecidas entre homens e mulheres. Conceitualmente não havia distinção entre sexo e gênero, ou seja, qualquer tipo de relação entre homens e mulheres era de ordem sexual.3 Bateson ao descrever o naven, cerimônia do povo Iatmul, da Nova Guiné, examina a construção simbólica da feminilidade e da masculinidade deste povo: