psicologia
Sua introdução foi feita na psicanálise por dois autores, que propunham definições diferentes. Na Argentina, Bleger, que articula com a simbiose, e Winnicott na Inglaterra, cuja termo utilizado é “setting”, que tem significado bastante extenso, mas pode ser entendido como “dispositivo”.
André Green (2002, p.53), propôs o termo enquadre. Segundo ele, deve-se entender como o conjunto das condições de possibilidades requeridas para o exercício da psicanálise. Isso compreende as disposições materiais que regulam as relações entre analisando e analista (pagamento das sessões, duração, férias do analisando e do analista, forma de pagamento, etc). Essas disposições devem ser fixadas desde o início, sendo objeto de uma conversação entre os dois parceiros de modo a suprimir possíveis discussões futuras.
Deve distinguir entre o enquadre material, que serve de contrato analítico, e a regra fundamental, que desempenha o papel de um terceiro, uma lei acima das duas partes, que deve ser respeitada pelo paciente, para que análise aconteça.
O enquadre também pode dividir-se em duas partes: a matriz ativa, composta pela associação livre do paciente, da atenção e da escuta flutuantes, marcadas pela neutralidade do analista, e o estojo, constituído pelo número e duração das sessões, a periodicidade dos encontros, as modalidades de pagamento, entre outros. Isso constitui o par dialógico da análise.
Segundo Green (2002, p. 59), o enquadre não tem valor senão enquanto metáfora de um outro conceito ( o modelo do sonho, a proibição do incesto, os cuidados maternos, etc). A falta de um enquadre na psicoterapia, obriga o analsita a se referir a um enquadre interno, ou seja, o que ele internalizou no decorrer de sua própria análise e que permanece presente no espírito do analista, regendo o limites das variações que ele autoriza, o levando a prezar pelas condições necessárias na busca de mudanças.