psicologia
Acreditamos que as análises dos registros dos encontros, bem como o processo de avaliação coletiva foram dispositivos que promoveram uma abertura para outras instâncias de análise e transformação.
A avaliação coletiva do trabalho nos permitiu compreender o processo, mas não garante que as diferenças podem ser superadas. Segundo Rolnik (1994), ao lado da tomada de consciência faz-se necessária uma “tomada do inconsciente”, ou uma ativação do inconsciente, de uma abertura para a alteridade e para o devir-outro. Reconhecemos o quanto é difícil esse processo, no qual se expressam conflitos relacionados às ideologias e discursos sociais que fundamentam o projeto do grupo. Contudo, é na medida em que o grupo é portador de um projeto, que os participantes podem ser ao mesmo tempo analistas e atores de suas ações.
Essa experiência nos revela a riqueza da fase das diferenças e da construção das condições de produtividade para o processo de aprendizagem grupal. A superação dos desconfortos ou “desassossegos” desse momento do processo exige o reconhecimento da transversalidade, ou seja, do atravessamento das ideologias e práticas sociais no grupo, do impacto que a instituição como sistema cultural simbólico e imaginário tem na dinâmica interna do grupo, bem como a superação das resistências que ela engendra. Oficina como um método de intervenção psicossocial que articula pesquisa e ação social pode contribuir, nesse sentido, para a produção de novos conhecimentos. Não tomamos as fases do grupo como processos estanques e, sim, como um processo dialético, no qual a dinâmica das relações precisava ser analisada de maneira articulada ao contexto e às instituições de onde emergem. É o espaço de circulação da palavra, o convite à participação e o questionamento das representações estereotipadas que podem criar condições para o surgimento de novos discursos. Assim, o que o grupo produz pode deixar de ser uma verdade absoluta e ser apenas uma