psicologia
(Sintese do 1º capítulo de “Concept of Mind” de Gilbert Ryle)
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Há um conjunto de idéias tão difundida entre cientistas, religiosos e leigos sobre a mente humana, que será chamada de “doutrina oficial”. Eis os seus principais
“artigos”:
a) cada ser humano tem igualmente um corpo e uma mente
b) a vida de um corpo é um assunto público, mas a mente é privada e suas operações não são observáveis.
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Essa bifurcação costuma ser expressa dizendo que coisas e eventos pertencendo ao mundo físico são externos, enquanto as operações de nossa própria mente são internas.
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A tese filosófica subjacente a esta metáfora das duas vidas de uma pessoa é a seguinte: há dois diferentes tipos de existência. O que existe pode ter o status de existência física ou de existência mental. Necessário aspecto do que tem existência física está no tempo e no espaço, enquanto aquilo que tem existência mental está no tempo, mas não no espaço.
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Mentes são isoladas em si mesmas. Nós podemos ver e saudar outros corpos, mas as mentes das outras pessoas são invisíveis diretamente.
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As nossas próprias operações mentais são conhecidas diretamente, de modo infalível. A consciência permite ter imediato e direto conhecimento de si mesma. Além disso, é possível, através da percepção interna (introspecção), ao sujeito testemunhar sua própria atividade e fenômenos mentais.
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Por outra parte, sobre as mentes dos outros tudo que sabemos é por conhecimento inferencial baseado no que vemos do corpo essa pessoa e inferimos baseado em nossas próprias experiências o que ele estaria “pensando” ou “sentindo”.
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Corolário necessário dessa esquema geral: verbos de conduta mental denotam
“episódios internos” dotados de um “status especial”
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Esta é a doutrina que Ryle, “como abuso deliberado”, chama de “o Dogma do
Fantasma na Máquina”.
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Ele é resultado de um (e vários outros a ele associados) erro de categoria, consistente em