Psicologia
Dra. Ana Catarina Araújo Elias*
Em 1997, aos 11 anos de idade, AFS recebeu o diagnóstico de leucemia linfóide aguda e desde o quinto mês de seu tratamento foi acompanhada pela psicóloga AC através do GRENDACC (Grupo em Defesa ao Adolescente e à Criança com Câncer) em Jundiaí – SP. Passaram-se cinco anos após o término dos atendimentos psicológicos. Em agosto de 2005, ao entrar para ministrar a primeira aula de Psicologia Geral para o segundo semestre de Enfermagem da Faculdade de Saúde e Ciências da Vida, do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) em Itu, a psicóloga AC deparou-se com uma “mocinha sorridente” que veio ao seu encontro na sala de aula dizendo: “lembra-se de mim AC?” A psicóloga não conseguiu conter a forte emoção ao reconhecer sua pequena paciente, agora uma estudante universitária e sua aluna. Deste reencontro, que se prolongou ao longo do curso de Enfermagem nas disciplinas em que ministrou para a turma de AFS, acompanhando de perto não só seus estudos e sua formatura, mas também seu noivado, seu casamento e o nascimento de sua primeira filha, muitas reflexões inundaram a mente dessa psicóloga; principalmente no que se refere à questão da “pessoa do terapeuta”, que é o tema deste artigo. No decorrer do curso AFS escreveu suas impressões sobre a relação paciente/terapeuta e aluna/professora, as quais são transcritas a seguir:
RELATO DA PACIENTE
Um mês após ter completado 11 anos de idade descobri que estava com leucemia linfóide aguda (LLA); no decorrer do tratamento tive acompanhamento psicológico, no início a psicóloga chamava-se P, e me acompanhou por uns cinco meses e teve que sair do emprego por motivos pessoais; foi então que conheci a AC, que seria a minha nova psicóloga e amiga. AC acompanhou meu tratamento por uns dois anos e também teve que sair do emprego, pois se dedicaria aos estudos de pós-graduação na Unicamp. Depois que ela saiu do