psicologia
Resumo do texto: REEVE, J. A motivação segundo as perspectivas histórica e contemporânea. Em: Motivação e emoção. Rio de Janeiro: LTC editora, 2006.
AS ORIGENS FILOSÓFICAS DOS CONCEITOS MOTIVACIONAIS
As raízes do estudo da motivação devem suas origens aos antigos gregos - Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão (que foi discípulo de Sócrates) propôs que a motivação surgia de uma alma (ou mente, ou psique) disposta segundo uma hierarquia tripartida. No nível mais primitivo, encontrava-se o aspecto do apetite da alma, que contribuía para os apetites corporais e os desejos, tais como a fome e o sexo. No segundo nível, situava-se o aspecto competitivo, que contribuía para os padrões socialmente referenciados, como a sensação de honra e de vergonha. No nível mais elevado estava o aspecto calculista, que contribuía para as capacidades de tomada de decisão, tais como a razão e a escolha. Para Platão, esses três aspectos diferentes da alma motivavam diferentes domínios de comportamento. Além disso, cada aspecto superior tinha a capacidade de regular os motivos dos aspectos inferiores (p. ex., a razão poderia controlar o apetite corporal). É interessante notar que a descrição que Platão fez da motivação antecipou bastante bem a psicodinâmica de Sigmund Freud (p. ex., veja o Livro IX de Platão, pp. 280-281): de maneira simplificada, o aspecto apetitivo de Platão corresponde ao id de Freud, o aspecto competitivo, ao superego, e o aspecto calculista, ao ego.
Aristóteles endossou a idéia da alma tripartida e hierarquicamente organizada de Platão (apetitiva, competitiva e calculista), embora preferisse utilizar uma terminologia diferente (nutritiva, sensível e racional). O aspecto nutritivo era o mais impulsivo, irracional e animalesco, que contribuía para as necessidades corporais urgentes relacionadas à manutenção da vida. O aspecto sensível também se relacionava com o corpo, mas regulava o prazer e a dor. Já o