Psicologia
Américo Baptista, Marina Carvalho & Fátima Lory Centro de Estudos de Psicologia Cognitiva e da Aprendizagem* Centro de Aconselhamento para Estudantes Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona e-mail: americo.baptista@ulusofona.pt
* Financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia
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Resumo É apresentado um modelo para compreensão do medo e da ansiedade, assim como de tratamento das suas perturbações, de acordo o modo de actuação no Centro de Aconselhamento para Estudantes da Universidade Lusófona. O medo é considerado uma adaptação, de acordo com uma perspectiva evolutiva e desenvolvimentista. Como qualquer adaptação, varia podendo apresentar desajustamentos nos extremos da distribuição, tanto na baixa como na alta ansiedade, que designamos por perturbações hipoansiosas e hiperansiosas. São apresentadas as possibilidades de tratamento psicológico cognitivo-comportamental nas perturbações de hiperansiedade, assim como são discutidos os efeitos do tratamento, em diversos pârametros, e as possibilidades de prevenção.
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Diversos rótulos verbais são utilizados para descrever um estado emocional desagradável de apreensão ou tensão, acompanhado por sintomas de activação fisiológica, como, por exemplo, palpitações, dificuldades em respirar, tonturas, suores, sensações de calor e frio ou tremores, desencadeados por uma ameça real ou antecipada (Baptista, 1988). Medo e ansiedade são os descritores mais utilizados, tanto na linguagem do dia a dia como na literatura psicológica. O termo angústia é cada vez menos utilizado, enquanto que, principalmente após a publicação da 3ª edição do manual de classificação e diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana (APA, 1980), o termo pânico tem vindo a ser utilizado cada vez mais frequentemente. Apesar de medo e ansiedade serem muitas vezes considerados sinónimos, a presença ou ausência de estímulos desencadeadores externos e o comportamento de evitação