Psicologia e Relião
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Psicologia e religião: um estudo de convergência (página 2) O estudo do saber representado pelos diversos cultos religiosos pode revelar elementos de valor inestimável para a compreensão e prática psicológicas atuais, inaugurando novas formas de apreender a dimensão subjetiva humana. Embora seus caminhos sejam divergentes no tocante a metodologia e princípios, a Ciência psicológica estaria apta a ampliar seu campo de conhecimento prático e teórico caso se voltasse mais a observação dessa milenar fonte de cultura popular em suas diferentes formas de relacionar-se com o sagrado.
A religiosidade está imersa na vivência sócio-cultural e ocupa um lugar de destaque na construção do mundo como o conhecemos (BERGER, 2004), o que nos leva a conclusão de que todo procedimento, principalmente em relação a natureza psíquica, torna-se fragmentário caso não considere sua marcante influência no estabelecimento de significados e sentidos em qualquer contexto populacional.
O interesse pela mensagem que exprimem as manifestações religiosas não é puramente histórico, não trata-se da análise de um passado "morto", revelado apenas como dado biográfico de um contexto específico. É, antes de tudo, uma fundamental referência de situações existenciais diretamente relevantes ao homem contemporâneo (ELIADE, s/d).
Autores e disciplinas de diversos campos tem-se voltado para o estudo comparado das religiões ou mesmo sua análise pelo viés do axioma científico, na tentativa de abstrair da experiência do sagrado elementos da problemática humana capaz de acrescentar conhecimento as suas respectivas áreas. Este movimento gera um rompimento de "barreiras" teóricas, onde tais disciplinas realizam incursões a diferentes linhas de pensamento, como se houvesse uma insatisfação metodológica, conseqüente do demasiado estreitamento do ângulo de observação, derivado do caráter de especificação exigido pelos pressupostos científicos (WACH, 1990).
Este cenário nos confronta com a crescente