Psicologia e compromisso social
Psicologia e
Compromisso Social
Educação Inclusiva: Desafios, Limites e Perspectivas
O presente trabalho visa explorar o tema da educação inclusiva através do olhar do psicólogo que atua numa instituição voltada para pessoas portadoras de deficiência. Parte-se do relato de uma vivência prática , descendo-se à reflexão do aprofundamento teórico, fundamentado filosoficamente.
Desta forma, pretende-se pensar a inclusão em sua forma mais abrangente, comprometendo não só a escola, mas toda a organização social.
Clipart/ArtToday
Luciana Bicalho
Cavanellas
Psicóloga, Formada pela Universidade do
Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) em 1991.
Mestre em Filosofia pela UERJ.
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Este trabalho vem germinando ao longo dos três últimos anos, período em que venho atuando como psicóloga da Funlar (Fundação
Municipal Lar Escola Francisco de Paula SMDS),no Rio de Janeiro, no acompanhamento de pessoas portadoras de deficiência - ou necessidades especiais - e de seus familiares.
No início, sentia-me paralisada diante de crianças tão diferentes, cuja diferença apresentava-se a mim gigantesca, maior que elas próprias, pequenas, no colo de suas mães.
Limitava-me a observar o trabalho da equipe que, interdisciplinarmente, dividia olhares e opiniões e, cúmplice, oferecia-se em movimento de acolhida à criança e sua família, representada quase sempre pela mãe. Era como uma passagem de um colo menor para um maior, onde havia espaço agora para a criança
junto com sua família e sua bagagem de necessidades especiais e específicas.
Tudo isso parecia caber no colo da equipe e pela primeira vez, muitas famílias sentiam poder começar a dividir seus sentimentos.
Eu, ainda à distância, arriscava-me a pensar que o maior estímulo - já que tratava-se de um trabalho de estimulação essencial - era o afeto dedicado a essas pessoas que, antes mesmo de suas caras, traziam escancaradas as marcas da estranheza e