PSICOLOGIA (UMA) NOVA INTRODUÇÃO
Psicologia e misticismo não se misturam – O aumento de denúncias de profissionais, que incluem práticas místicas em suas sessões, preocupa por deturpar a imagem da profissão.
O item "e" do Artigo 2º do Código de Ética, que dispõe sobre Responsabilidades Gerais do psicólogo, prevê que a ele é vedado "induzir a convicções políticas, filosóficas, morais ou religiosas, quando do exercício de suas funções profissionais". Já o item "c" do Artigo 1º determina que o profissional preste "serviços psicológicos em condições de trabalho eficientes, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional". Ou seja, a Psicologia não pode se misturar as práticas que envolvam fé ou misticismo, uma vez que ela se propõe, através da atuação de seus profissionais, uma relação diferente da proposta por esses campos. São práticas próprias do homem desde a Antiguidade, em que o conhecimento sobre o sujeito era de domínio religioso e os problemas patológicos (que nem levavam essa denominação, mas eram considerados de possessão ou sobrenaturais) das pessoas eram levados a curandeiros, xamãs, bruxos, astrólogos ou sacerdotes de diferentes crenças.
A onda mística, que assola o País já há alguns anos, bateu às portas da Psicologia, gerando conflitos no exercício profissional. Para se ter uma dimensão do problema, cerca de 25% dos processos no Conselho Regional de Psicologia de São Paulo são relativos a denúncias contra psicólogos que inserem práticas místicas ou não reconhecidas pela profissão em suas sessões psicoterápicas, comprometendo o trabalho psicológico e a imagem da profissão no Brasil. "Os usuários, por representar e m muitas vezes um público leigo, não denunciam, porque aceitam aquilo que o profissional oferece na sessão como Psicologia. Por conta disso, acabamos identificando o problema, muito mais claramente, na publicidade feita por esses profissionais, que se promovem como psicólogos