Psicologia social
Uma das principais características da psicologia social contemporânea é a ausência de modelos teóricos unificadores e o conseqüente predomínio das teorias de curto e médio alcance. Praticamente inevitável, se analisado á luz da intensa especialização teórica, conceitual e metodológica que se observa em todos os ramos da psicologia, tal situação gera uma série de dificuldades para o entendimento do que vem a ser a psicologia social. Trata-se de uma disciplina de natureza nomotética, onde a dimensão empírica e a metodologia experimental dominam ou seria a psicologia social uma disciplina de cunho emancipatório, na qual os métodos idiográficos e metodologia qualitativa predominam? Teríamos de fato três psicologias sociais, uma individualista e experimental, uma holista e sociológica e uma terceira, fundamentada nos princípios do interacionismo simbólico? Ou o critério de diferenciação da psicologia social deveria ser geográfico, de forma que teríamos uma psicologia anglo-americana, uma psicologia social européia e uma psicologia social latino-americana?
Inevitavelmente o professor ou o estudioso da psicologia social se obriga – ou é obrigado – a refletir sobre o assunto. A obra Psicologia Social. Perspectivas Psicológicas e Sociológicas, de autoria de dois cientistas sociais espanhóis, José Luis Álvaro e Alicia Garrido (São Paulo: McGraw-Hill, 2007, 414 páginas) certamente constitui um volume indispensável para ajudar a refletir sobre as questões anteriormente esboçadas. Trata-se de uma obra abrangente, que nas suas mais de quinhentas páginas oferece um panorama consistente e sistemático dos principais desenvolvimentos teóricos e metodológicos da psicologia social ao longo do desenvolvimento histórico da disciplina.
Sob o ponto de vista formal, a ordem cronológica organiza a apresentação das várias teorias comentadas nos diversos capítulos. O capítulo 1, referente aos antecessores da psicologia