Psicologia social
10/12/2011
“Não há nenhuma diferença fundamental entre o homem e os animais mais superiores do reino no que diz respeito a suas faculdades mentais”, afirmou o naturalista inglês Charles Darwin (1809 – 1882) em sua obra Origem do homem e a seleção sexual (1871). Responsável pela teoria da evolução que balançou os alicerces humanos revelando sua descendência animal, Darwin também enfatizou que “há uma imensa diferença entre a mente do homem mais primitivo e das espécies animais mais superiores”. Separadas por cerca de 70 páginas na mesma obra, as citações não são contraditórias, como sugerem, mas sim verdadeiras, acredita Bennett Galef, professor emérito do Departamento de Psicologia da Universidade de McMaster no Canadá. “Partindo de uma espécie ancestral comum, houve séries graduais de uma infinidade de pequenas modificações cerebrais que levaram ao desenvolvimento das mentes dos humanos de um lado, e dos demais primatas de outro; o resultado disso foi uma vasta diferença quanto ao desempenho das mentes de cada uma das espécies descendentes”.
A verdade é que apesar da centenária teoria da evolução ter dado aos humanos a mesma origem daquela dos animais, há sempre tentativas de estabelecer limites que, por vezes, separam e outras aproximam uns dos outros. Uma das linhas tênues que mais recentemente garantia a exclusividade humana era a cultura, conceito que ainda divide biólogos, etólogos e antropólogos.
De acordo com Galef, o significado implícito em cultura remete a comportamentos e conhecimentos cumulativos, socialmente transmitidos e que se baseiam no aprendizado e imitação. Para ele, o mais apropriado seria dizer que os animais, excluindo o homem, possuem algo análogo, mas não homólogo à cultura e que, portanto, deveria ser chamado de tradição. Porém, “chamar de cultura ou tradição o que os animais passam socialmente para seu grupo é uma questão