Psicologia Social - Consciência vs Alienação
Lucas Jurgen Klein da Silva
A autora e psicóloga Silvia Tatiana Maurer Lane, no texto “Consciência/Alienação: a Ideologia no Nível Individual”, procura estabelecer diretrizes para a análise da ideologia de um indivíduo pela psicologia social, partindo do fato de que este, como sujeito determinado e, ao mesmo tempo, determinante dos grupos sociais nos quais está inserido, não pode ser avaliado puramente por métodos previamente definidos e dados como concretos, os quais não priorizam as circunstâncias de análise e nem mesmo o processo histórico. Em outras palavras, o indivíduo, assim como o agente avaliador, são parte de grupos sociais com ideologias de superestrutura construídas e modificadas pelo processo histórico e por cada integrante que, ao mesmo tempo, tem também seu pensamento influenciado pelos mesmos grupos. Esse processo dinâmico dificulta a análise por nunca se saber até que ponto a ideologia própria influenciará em resultados e conclusões sobre possíveis dados teóricos e experimentais, estes que já nascem com o mesmo tipo de problema. Para melhor estabelecer essas diretrizes, discorre-se primeiramente sobre o que a ideologia representa, tanto a nível superestrutural quanto individual. O sujeito, de início, adquire a linguagem, instrumento que reflete todos os significados e valores de um grupo social, e indispensável ao “homem como ser ativo e inteligente”, segundo a autora. Seu pensamento representa esses significados, aliados a inserção e experiência próprios, e guia suas ações/não-ações inseparavelmente. A partir do momento, no entanto, em que reflete sobre o pensamento, o indivíduo toma consciência de si, ou melhor, cria uma consciência social, sendo possível, portanto, sair da alienação, caracterizada pela autora como a “atribuição de “naturalidade” aos fatos sociais”. Desse ponto, ele se torna capaz de transformar sua ideologia e, talvez, do grupo no qual está inserido. Quando este grupo se encontra alienado de