Psicologia Pediátrica
Ao surgir o atual conceito de saúde – vista como um processo global – foi necessário abandonar o modelo biomédico tradicional e adotar uma abordagem multidisciplinar do sujeito doente e da própria doença (vista agora como resultado de fatores biológicos, comportamentais e sociais), surgindo então o modelo psicossomático e o modelo biopsicossocial.
Foi neste contexto, nomeadamente dentro da Psicologia Clínica Infantil, que surge a Psicologia Pediátrica (a Sociedade de Psicologia Pediátrica Americana é criada em 1968) que se desenvolveu a partir do reconhecimento da relevância dos aspectos psicológicos para o diagnóstico e prevenção dos problemas de saúde da criança e para o tratamento da criança fisicamente doente e sua família.
Os modelos teóricos de intervenção na Psicologia Pediátrica são vários, mas a base centra-se numa orientação desenvolvimentista, numa abordagem multidisciplinar e combina competência e humanismo.
Assim, à falta de corpo teórico específico, a Psicologia Pediátrica define-se pelo contexto onde trabalha o psicólogo – serviços de saúde infantil não psiquiátricos (centros de saúde infantil, hospitais pediátricos, serviços de pediatria, centros de saúde materno-infantil, centros de reabilitação, equipes de saúde escolar, etc.) e pela faixa etária da população que assiste (até aos 18 anos).
2.2 A Intervenção do Psicólogo na Pediatria
Os objetivos da intervenção psicológica num contexto pediátrico variam consoante a formação científica de cada psicólogo, mas o seu papel vai depender, sobretudo, da estrutura e expectativas da instituição em que trabalha, das características do serviço em que se insere (patologias específicas) e das características da população de utentes, mas os seus objetivos fundamentais, como referem Viana e Almeida (1990), são os de colaborar na implementação de programas de prevenção e promoção da saúde utilizando uma abordagem comportamental, a compreensão dos problemas psicológicos e de saúde